[PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE & CIÊNCIA] ed. #4, 2017 | IMAGENS DE ARQUIVO E INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Abriu ontem, dia 4 de novembro, [PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE & CIÊNCIA].
 
Ao longo dos seus 5 andamentos/dias 4, 11, 18, 24 e 25 de novembro, das várias partes e sessões, serão nesta página divulgadas algumas imagens de arquivo entre outras informações resultante deste encontro entre investigadores (artistas e cientistas) e o público desta edição #04 de 2017.
 

1º a n d a m e n t o | dia 04 NOV. sábado

Parte#01 | 15H00 | Museu PO.RO.S (Condeixa-A-Nova) | Auditório
ABERTURA de PN-AC | 2017
  • ISABEL MARIA DOSAPRESENTAÇÃO DE [PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE E CIÊNCIA], Parcerias e Apoios #04, 2017
  • ISABEL MARIA DOS[O PERIGO DE UM CORPO COM EMOÇÃO]  (comunicação)

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Parte#02 | 18H45 | Museu PO.RO.S (Condeixa-A-Nova) | Sala de Exposições 
INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO [CASA-CORPO] de:
  • FREDERICO DINIS
  • ISABEL MARIA DOS
  • JOÃO MENDES RIBEIRO
  • MARIA ISABEL AZEVEDO
  • MANUEL VALENTE ALVES
  • NAN GOLDIN*
  • PAULO RODRIGUES SANTOS
  • TELMA JOÃO SANTOS

 

Curadoria de CLÁUDIA FERREIRA

[CASA-CORPO]

O/as fazedore/as de [Casa-Corpo] provêm da Arte e da Ciência: que aliam, desalinham, constroem, estruturam, em suaves veios que, aparentemente visitados pela divergência, afinal estabelecem conexões apenas inesperadas numa civilização habit(u)ada por contrastes que urge problematizar, e reflectir.

[Casa-Corpo], Casa-Corpo, casa e corpo, morada. Emmanuel Levinas afirma que a experiência do mundo se dá através de uma morada, sendo que esta se marca pela presença feminina, sinónimo mesmo do acolhimento. Portanto, os caminhos encetados no/pelo exterior estão indelevelmente situados numa matriz interior, onde constela todo um reduto voluminoso.

Esta exposição, portanto, convoca essa matriz interior na forma de núcleo, exemplarmente exemplificado no/pelo corpo, cujos limites pressupõem distâncias. São estas que possibilitam, todavia, as singularidades na diferença; do contraponto, de onde não se ausenta uma musicalidade específica, advêm os contágios.

A paisagem que a arte cria, segunda natureza (sobre esta Maria Gabriela Llansol diz a Témia, em O Jogo da Liberdade da Alma, que nunca ninguém a viu) exemplar, circunscreve limites físicos, delimitando, portanto, afectos e estabelecendo ângulos que permitem aceder ao real. O real é agido tanto pela palavra como pela imagem, sem se afigurar hangar vazio, e vazado, do/de humano.

As oito obras que compõem esta exposição, em dado momento, podem eventualmente baralhar as fronteiras do que habitualmente se considera ser arte ou ciência. Todavia, todas, e cada uma singularmente, apresenta/m uma presença própria, e inerente espaço simbólico radial – os núcleos já aludidos. Se olhadas de relance, numa espécie de festa do olhar, será inevitável focar a sua condição de flutuação, embora nenhuma se mova realmente; de tal condição advém a futuração desejada: como se cada obra vibrasse pela vizinhança.

Existe um ponto de fuga neste encontro de personalidades (1) e três linhas que dele se partem: duas laterais (3 e 4; 7 e 6) e uma central (2, 8 e 5). Todavia, também se estabelece uma triangulação inicial (1, 2 e 3), um contraponto (3 e 7; 4 e 6) e uma espiral (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8). Ou seja, o ponto de fuga estabelece uma equivocidade e abre os dados da exposição para o campo expandido, ao fazer associar de forma lapidar as fronteiras ténues entre Arte e Ciência. Triangularmente, firma-se o destaque no interior: seja o da pintura, seja o do corpo humano, seja o do sujeito. O contraponto sugere as marcações espaciais e induz a musicalidade já aludida, espécie de coreografia assente num ritmo. A espiral enlaça e laça as obras, fazendo rodopiar o próprio corpo de quem frui, enunciando um programa: equivocidade entre as paisagens da arte e as imagens da ciência; imersão no interior; corpo decomponível e esvaído; espaço abstracto que se torna plástico pela intervenção do humano; inscrição do movimento na paisagem; o humano e o habitar; a escuta, de olhos bem fechados.

(Cláudia Ferreira, novembro de 2017)


CLÁUDIA FERREIRA nasceu em Coimbra no ano de 1972. Ultima a sua tese de doutoramento, intitulada O Rosto das Horas: o feminino e o masculino, com a arte, em Estudos Contemporâneos e na Universidade de Coimbra. Em termos de formação alia a História da Arte aos Estudos sobre a Mulher, áreas que associa através de um enfoque filosófico. Escreve regularmente na rubrica de Arte da Mutante, Art, Culture & Lifestyle Magazine; foi professora, produtora, revisora de texto, e desempenha actualmente as funções de consultora cultural. Foi convidada por Isabel Maria Dos, autora de [PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE E CIÊNCIA], para a curadoria da exposição [casa-corpo], Museu PO.RO.S, Novembro, 2017.


FREDERICO DINIS é investigador e compositor intermédia, que utiliza meios sonoros e visuais, e que desenvolve o seu trabalho recorrendo a diferentes formatos. É conhecido pela concepção de paisagens sonoras e visuais que procuram gerar interpretações diversas e transportar o público para lugares desconhecidos e o seu trabalho tem sido abraçado por museus, salas de concerto, festivais e espaços públicos. Atualmente encontra-se a desenvolver a sua linguagem com o objetivo de promover processos audiovisuais inovadores e explorar as relações e diálogos entre som e imagem no Doutoramento em Estudos Artísticos da Universidade de Coimbra. É investigador colaborador do CEIS20 – Centro de Estudos Interdisciplinares do  Século XX da Universidade de Coimbra.

ISABEL MARIA DOS com nome de registo civil de Isabel Maria Pereira dos Santos, nasceu em Coimbra em junho de 1967, é compositora intermedia, investigadora independente, com interesses de exploração em arte interativa – participação do público gerador da obra final. – É licenciada em Artes Plásticas – Pintura – pós-graduou-se no DFUA – Departamento de Física da Universidade de Aveiro (1998) e é doutoranda em Estudos Artísticos na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. – Realizou os estágios na Escola Superior Leonardo Da Vinci – Section Arts Appliqués et Design – Boulevard de Villefontaine. – Participou em “Au Tournage D’un Film Pour Les Bts Audiovisuel”, Givors, França. – Foi “Jovens Criadores 96”. – Participações nas exposições nacionais de destaque: – VIII e IX Bienal de Arte Internacional de Vila Nova de Cerveira; III Bienal de Arte da Fundação Cupertino de Miranda – Exposição Multimédia “Estruturas Da Informação” com DFUA e DECA Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro); – International Symposium On Solubility Phenomena; – “Estruturas da Informação” no Departamento de Física da UA, Aveiro, 2000; Projeto Na(r)tural: Natureza e Arte no D.F.U.A., Aveiro Digital, desenvolvido pela World Wide Web Consortium (W3C). – Foi formadora convidada da área da Arte da Instalação para o Projeto Educativo do T.A.G.V. (Teatro Académico de Gil Vicente) – em “Instalação, Fotografia & Som”. – Foi conferencista no Colóquio Internacional “Conceitos e Dispositivos de Criação em Artes Performativas”; – Artigo de destaque: “Entre Arte E Ciência, Uma Linha Desfocada”, Revista Rua Larga. – Dedica-se ainda à docência no ensino artístico desde 1995. É docente de Artes Visuais do Quadro de Nomeação Definitiva do Agrupamento de Escolas Eugénio de Castro de Coimbra. Referência ao seu trabalho de performance-instalação intermedia “Paisagens Neurológicas: Sem Bilhete de Vota”, na publicação “Evocações da Arte Performática (2010-2013)”, Paco Editorial, 1ª ed. 1ª, São Paulo, Brasil, 2016, p. 222. É formadora acreditada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua da Universidade do Minho. – É autora e coordenadora dos projetos transdisciplinares: – [Paisagens Neurológicas – Arte e Ciência]; – TRANS[acto] Transdisciplinary And Anti-Artistic Global Project, decorrido em Portugal (junho de 2015) e no Brasil (setembro de 2015). “Para Além De – Denominador Comum Em Experiências Estéticas E De Vida, De Interesses De Exploração Em Um Percurso” foi o tema que apresentou como oradora no TEDXCoimbra, Coimbra, 2015. [O Pão Nosso De Cada Dia Nos Dai Hoje] (acção 1) foi o trabalho nas áreas da Arte da Performance e Happening que apresentou no TEDx Coimbra, 2016.

JOÃO MENDES RIBEIRO nasceu em Coimbra em 1960. Arquitecto pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, em 1986. Doutorado pela Universidade de Coimbra, em 2009. Professor Auxiliar do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Prémio Architécti 1997 e 2000. Prémio Diogo de Castilho (Coimbra) 2003, 2007, 2011 e 2017. Prémio FAD (Barcelona) 2004 e 2016. Gold Medal for Best Stage Design, Quadrienal de Praga, 2007. Prémio Enor (Vigo) 2009. Prémio BIAU (Cádiz) 2012 e (São Paulo) 2016. Prémio AICA/MC (Associação Internacional de Críticos de Arte/Ministério da Cultura) 2007, pelo conjunto da sua obra. RIBA Award for International Excellence (Londres) 2016. Selecionado para o European Union Prize for Contemporary Architecture – Mies Van Der Rohe Award (Barcelona) em 2001 e 2015 e finalista do RIBA International Prize (Londres) 2016. Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2017. Em 2006 foi distinguido pela Presidência da República com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique.

MANUEL VALENTE ALVES é médico, investigador e artista plástico. Como investigador o seu trabalho tem-se focado na história da medicina e do pensamento médico e as suas ligações com a arte, a ciência, a tecnologia e a cultura visual. Fundou e dirigiu o Museu de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e foi docente e co-regente da disciplina de História da Medicina na mesma Faculdade. É autor, editor e co-editor, mais de duas dezenas de livros, e foi curador de mais de uma dezena de exposições institucionais. É membro da Academia Nacional de Medicina de Portugal. Paralelamente à sua actividade no campo da medicina, é artista plástico, expondo regularmente em Portugal e no estrangeiro desde 1983. Utiliza como suportes preferenciais a fotografia, o vídeo e o desenho. A sua obra plástica encontra-se representada no Museu Calouste Gulbenkian – Colecção Moderna, Colecção Nacional de Fotografia, Caixa Geral de Depósitos e outras colecções privadas e institucionais.

MARIA ISABEL AZEVEDO é artista multimédia que investiga as relações da arte, ciência e tecnologia. Tendo a luz como assunto principal, produziu e apresentou ambientes multimedia e instalações holográficas, e tem vindo a explorar o potencial de performance no espaço criado entre a imagem holográfica e o observador. O seu trabalho foi apresentado, por exemplo, no TAGV, Coimbra, Museu Grão Vasco, Viseu, Stadtmuseum, St. Polten, Áustria, Gallery 286, Londres, Kinetica Art Fair, Londres, Surreal Vintage, Londres, UK. Tem publicado artigos científicos e apresentações orais em várias conferências internacionais, CIANTEC – São Paulo, Brasil, 8th ISDH Shenzhen, China, SPIE’s Photonics West, San Francisco, USA, 9th ISDH MIT Lab, Boston, USA, 10th ISDH, Saint Petersburg, Russia. Foi Professora na área de Artes Plásticas/Pintura na ARCA/EUAC, Coimbra. Foi investigadora de Pós-doutoramento da Fundação da Ciência e Tecnologia, na Área de Estudos Artísticos – Holografia, Doutorada pela Universidade de Aveiro, em Estudos de Arte, Pós graduação em Artes-Plásticas/Holografia como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, Licenciada em Artes-Plásticas/Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto.

NANCY “NAN” GOLDIN nasceu a 12 de Setembro de 1953 e é uma fotógrafa norte americana, vive e trabalha usualmente entre Nova Iorque, Berlim e Paris. O seu trabalho normalmente incorpora as temáticas relacionadas com LGBT, imagens ou figuras públicas.

PAULO RODRIGUES SANTOS tem formação em Ciências Biomédicas, Bioquímica, Biologia Celular, Biomedicina e Ciências da Saúde em Coimbra e Colónia. Estuda a interacção do sistema imunológico com o cancro na Faculdade de Medicina e no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra. Tem abordado a resposta imune e a forma como alterações celulares e moleculares deste sistema podem ser usadas no desenho de novos tratamentos. É o realizador e locutor programa semanal de jazz :ruclub na Rádio Universidade de Coimbra.

TELMA JOÃO SANTOS é Doutorada em Matemática – Cáclulo das Variações – desde 2011 e Doutorada em Artes – Arte da Performance – desde 2016. Ensina na Universidade de Évora desde 2000 no Departamento de Matemática e desde 2015 também no Departamento de Artes Cénicas. Desde 2016 que desenvolve performances, onde a investigação em matemática está presente. Tem feito investigação em Cálculo das Varações, sobre as analogias, interferências e possíveis paradigmas entre os cálculo das variações e a performance, bem como sobre processos colaborativos no que respeita a documentação em performance.


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mapa da exposição

 

[1] NAN GOLDIN, “Jabalowe napping, Luxor, Ramadan, 2003”, cibachrome, Edition 5/15, 2003

[2] MARIA ISABEL AZEVEDO, “Entre duas imagens”, Instalação, 2005

[3] PAULO RODRIGUES SANTOS, “immuno editing”, Microscopia confocal, 2017

[4] TELMA JOÃO SANTOS, “(Self)(Re)Presentation”, Instalação, 2017 

[5] JOÃO MENDES RIBEIRO, “Body Space”, Fotografia, [Casa Robalo Cordeiro, com fotografias de Pedro Medeiros e Fernando Guerra], 2009

 [6] FREDERICO DINIS, “Into Perpetuity”, Fotografia, 2017

 [7] MANUEL VALENTE ALVES, “Homem Vitruviano, Instalação de Desenhos e Vídeo, 1990/2012

 [8] ISABEL MARIA DOS, “Plastic World, Human Memory Game”, Dispositivo electrónico de som/imagética, 2014/2017

 


dias de montagem da exposição [casa-corpo]
(conteúdo em desenvolvimento):
nas imagens:
Manuel Valente Alves
Telma João Santos
Cláudia Ferreira
Diana Cardoso

apoios

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[PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE E CIÊNCIA] edição #01 | 2012
[PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE E CIÊNCIA] edição #02 | 2014
[PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE E CIÊNCIA] edição #03 | 2016

[PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE E CIÊNCIA] edição #04 | 2017

 

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