[PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE & CIÊNCIA] ed. #04, 2017 | 5º ANDAMENTO

5º a n d a m e n t o  | 25 de novembro

Parte #01 | 15H00 | MUSEU PO.RO.S | Auditório
 

ANDRÉ ROSA apresentou: [CIEBÒRGUE COMO (RE)PROGRAMAÇÃO DEBOCHADA, POLÍTICA E CRIATIVA DE CONHECIMENTOS INCORPORADOS PELOS CORPXS SEM PREGAS] (comunicação)

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sinopse | Avançando um pouco mais na aposta mítica e política “blasfémica e irónica” do ciborgue de Donna Haraway, que perturba a ordem económica e subjetiva neoliberal nas diferenças e rachaduras coloniais/modernas, proponho o ciebòrgue (ebò + ciborgue) como reprogramação de poderes e saberes numa “macumba” anticolonial, onde magia, biotecnologia e cura se entrelaçam em dimensões incorporadas de conhecimentos participados entre as convivialidades performáticas. O ciebòrgue como corporalidades tecnovivas e mágicas, com seus dispositivos invisíveis, acoplados, ingeridos em poções e miniaturas de poder, que desmontam a economia global da representação, desestabilizam a natural materialidade do corpo-objecto requerida na permuta capitalista de constituição do que se enquadra na categoria de humano ou nas condições que o arremessam e subalternizam como negação, falhas e desvios.

bio | André Rosa nasceu em Amparo, São Paulo, Brasil, 1980), Actualmente, vive e trabalha entre Brasil e Portugal. É Performer, Actor, Dançarino, Encenador e Professor de Artes Performativas. Desenvolve o Doutoramento em Estudos Artísticos – Teatrais e Performativos – na Universidade de Coimbra, na criação de (sub)poéticas para corpxs sem pregas entre performance, pedagogia e dissidências sexuais anticoloniais. É mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia com pesquisa na área da pedagogia da performance. Fez Licenciatura em Educação Artística (Dança e Teatro) pela Universidade Estadual Paulista, em São Paulo. Há 20 anos trabalha com as linguagens das artes da cena e performáticas, onde integrou alguns coletivos artísticos, dentre os quais se destacam: o Núcleo Vendaval, Teatro Gente-de-Fora-Vem, NuMiollo e Família Varnel. Recentemente, fundou o Movimento Sem Prega (Brasil/Portugal), que abrange um conjunto de pessoas e atividades de diferentes campos de investigação cultural, política e linguística, funcionando como uma estrutura laboratorial nômade em performance, dança, teatro e pedagogia. Assim, os últimos trabalhos criam espaços e corpos repletos deconvivialidades performáticasNa ContraCapa, Desire Borders, AmPunheta, Gatilho#2, Freak Show Park, Prato Feito, Baci e Tran(S)arau.


MANUEL VALENTE ALVES apresentou [O CORPO, A CIDADE E O FIM DA HISTÓRIA] (comunicação)

24323809_10155834321207305_1951676454_o.jpgsinopse | Há muito tempo que a literatura e a imaginação colectiva identificam a civilização com a cidade, transmitindo-nos uma série de conexões, entre as palavras que derivam da raiz grega pólis e das raízes latinas urbs e civitas. Na cidade ideal descrita por Platão na República, profissionalização e divisão do trabalho eram condições indispensáveis a uma existência eficiente, tal como num corpo. No Renascimento, os teóricos da arte irão subscrever a analogia do corpo com a cidade que Vitrúvio, no século I a. C., havia inscrito no seu tratado De Architectura . No século XVII, Hobbes, em Leviatã, vê o Estado como um ser vivo, em que a moeda permite a circulação e as colónias a descendência, numa visão mecanicista e economicista da vida. No século XIX, Hegel acreditava que, com o advento do Estado mundial, resultante da globalização política, acabariam as guerras entre Estados e todo o planeta ficaria sob a jurisdição de um governo mundial baseado na racionalidade, ou seja, um Estado da transparência absoluta que determinaria o fim da História. Entretanto, o desenvolvimento da técnica associada à Economia acabou por fazer emergir o conceito de pós-humano, uma variante biotecnológica do paradigma narcisista da subjectividade que poderá pôr fim à humanidade tal como a conhecemos, sujeitando os humanos aos desejos e dependências criados pela tecnologia.

bio | Manuel Valente Alves é médico, investigador e artista plástico. Como investigador o seu trabalho tem-se focado na história da medicina e do pensamento médico e as suas ligações com a arte, a ciência, a tecnologia e a cultura visual. Fundou e dirigiu o Museu de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e foi docente e co-regente da disciplina de História da Medicina na mesma Faculdade. É autor, editor e co-editor, mais de duas dezenas de livros, e foi curador de mais de uma dezena de exposições institucionais. É membro da Academia Nacional de Medicina de Portugal. Paralelamente à sua actividade no campo da medicina, é artista plástico, expondo regularmente em Portugal e no estrangeiro desde 1983. Utiliza como suportes preferenciais a fotografia, o vídeo e o desenho. A sua obra plástica encontra-se representada no Museu Calouste Gulbenkian – Colecção Moderna, Colecção Nacional de Fotografia, Caixa Geral de Depósitos e outras colecções privadas e institucionais.


CLÁUDIA FERREIRA apresentou [TELA HABITADA: O CORPO] (comunicação)

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sinopse | Entre o composto Logos-Razão e o Corpo estabelece-se uma relação intrincada, sobre a qual é imperioso que nos detenhamos. Afigura-se essencial, na perseguição de uma perspectiva comparada, e dando voz à afirmação de Luce Irigaray relativa à diferença sexual – que considera ser a grande questão da nossa época; facetar as heranças através de um enfoque duplo: masculino e feminino. Adoptamos, para tal, uma posição genealógica: detemo-nos na ciência médica, concretamente, na prática anatómica que a sustenta primordialmente, e concluímos pelas causas remotas e modernas da afonia pública das mulheres, correlativas da construção de um cadáver neutro; chamamos à nossa indagação Tela Habitada, obra de Helena Almeida datada de 1976, e problematizamos o corpo, a distância, a proximidade, em suma, a(s) perspectiva(s).

bio | Cláudia Ferreira nasceu em Coimbra no ano de 1972. Ultima a sua tese de doutoramento, intitulada O Rosto das Horas: o feminino e o masculino, com a arte, em Estudos Contemporâneos e na Universidade de Coimbra. Em termos de formação alia a História da Arte aos Estudos sobre a Mulher, áreas que associa através de um enfoque filosófico. Escreve regularmente na rubrica de Arte da Mutante, Art, Culture & Lifestyle Magazine; foi professora, produtora, revisora de texto, e desempenha actualmente as funções de consultora cultural. Foi comissária, tendo realizado a curadoria da exposição [casa-corpo] que integra a edição #04 de [PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE E CIÊNCIA], Museu PO.RO.S, Novembro-Dezembro, 2017.


Parte #02 | 17H00 | MUSEU PO.RO.S | Auditório

ISABEL MARIA DOS apresentou [O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE] (happening)

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IMG_7824.JPGIMG_7838.JPGsinopse | Um happening1 na sua acção #022 concebido para espaço público com recurso a um texto matriz com tratamento no campo da literatura cibernética e às composições textuais resultantes de combinações de computação generativa – trabalho de Pedro Barbosa, “História De Um Homem Citadino”.  Neste trabalho explora-se a plástica sonora polifónica, a voz humana dessincronizada mesclada com a palavra, significados e multicontextos com ligação à vida de um quotidiano demente no mundo contemporâneo real, o caos humano (individual e colectivo) e a condição humana trans-temporal em que, o poder do comungar do comer do pão não ausente, é gerador do silêncio. Uma situação inter-mediada pelas orientações da performer em tempo real presente e por um tutorial distribuído que convoca a(s) experiência(s) estética(s) na acção participada do público – gerador de sentido.

1Allan Kaprow, (1958).

2A acção #01 de “O Pão Nosso De Cada Dia Nos Dai Hoje” decorreu em “Olhar para trás e seguir em frente!” no TEDXCoimbra, Galeria Santa Clara, Coimbra, 26 de Outubro de 2016.

bio | Isabel Maria Dos, com nome de registo civil de Isabel Maria Pereira dos Santos, nasceu em Coimbra em junho de 1967, é compositora intermedia, investigadora independente, com interesses de exploração em arte interativa – participação do público gerador da obra final. – É licenciada em Artes Plásticas – Pintura – pós-graduou-se no DFUA – Departamento de Física da Universidade de Aveiro (1998) e é doutoranda em Estudos Artísticos na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. – Realizou os estágios na Escola Superior Leonardo Da Vinci – Section Arts Appliqués et Design – Boulevard de Villefontaine. – Participou em “Au Tournage D’un Film Pour Les Bts Audiovisuel”, Givors, França. – Foi “Jovens Criadores 96”. – Participações nas exposições nacionais de destaque: – VIII e IX Bienal de Arte Internacional de Vila Nova de Cerveira; III Bienal de Arte da Fundação Cupertino de Miranda – Exposição Multimédia “Estruturas Da Informação” com DFUA e DECA Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro); – International Symposium On Solubility Phenomena; – “Estruturas da Informação” no Departamento de Física da UA, Aveiro, 2000; Projeto Na(r)tural: Natureza e Arte no D.F.U.A., Aveiro Digital, desenvolvido pela World Wide Web Consortium (W3C). – Foi formadora convidada da área da Arte da Instalação para o Projeto Educativo do T.A.G.V. (Teatro Académico de Gil Vicente) – em “Instalação, Fotografia & Som”. – Foi conferencista no Colóquio Internacional “Conceitos e Dispositivos de Criação em Artes Performativas”; – Artigo de destaque: “Entre Arte E Ciência, Uma Linha Desfocada”, Revista Rua Larga. – Dedica-se ainda à docência no ensino artístico desde 1995. É docente de Artes Visuais do Quadro de Nomeação Definitiva do Agrupamento de Escolas Eugénio de Castro de Coimbra. Referência ao seu trabalho de performance-instalação intermedia “Paisagens Neurológicas: Sem Bilhete de Vota”, na publicação “Evocações da Arte Performática (2010-2013)”, Paco Editorial, 1ª ed. 1ª, São Paulo, Brasil, 2016, p. 222. É formadora acreditada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua da Universidade do Minho. – É autora e coordenadora dos projetos transdisciplinares: – [Paisagens Neurológicas – Arte e Ciência]; – TRANS[acto] Transdisciplinary And Anti-Artistic Global Project, decorrido em Portugal (junho de 2015) e no Brasil (setembro de 2015). “Para Além De – Denominador Comum Em Experiências Estéticas E De Vida, De Interesses De Exploração Em Um Percurso” foi o tema que apresentou como oradora no TEDXCoimbra, Coimbra, 2015. [O Pão Nosso De Cada Dia Nos Dai Hoje] (acção 1) foi o trabalho nas áreas da Arte da Performance e Happening que apresentou no TEDx Coimbra 2016. isabelmariados.com


PEDRO BARBOSA apresentou [DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E DA CIBERLITERATURA À UFOLOGIA] (comunicação/entrevista em debate)

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sinopse | Não tenho, nem posso, nem quero ter, todas as respostas. Estou cheio de perguntas. Por isso nada tenciono expor. Mas estarei disponível, sim, para um debate de ideias. Debate que poderá ir da Ciberliteratura à intervenção Extraterrestre e Extradimensional no nosso planeta. Depende da interacção que a Isabel Maria Dos decida propor. Em co-produção. Quando ensinava, sempre preferi ensinar o que não sabia, não o que sabia: isso tinha um sabor a redundância. Se conseguir transformar respostas em perguntas, valerá a pena o encontro. O computador ensinou-me: “A capacidade do responder está na capacidade do perguntar”. Assim seja. Aberto(s) ao acaso – sua metafísica.

bio | Pedro Barbosa é natural do Porto. Licenciado em Letras (Filologia Românica) pela Universidade de Coimbra e Doutorado em Ciências da Comunicação (especialidade: Semiótica) pela Universidade Nova de Lisboa. Leccionou e realizou investigação em várias universidades do país e do estrangeiro: Faculdade de Letras do Porto, Universidade de Paris X (Nanterre), Universidade de Siena (Itália), Universidade Louis Pasteur (Estrasburgo). Na Universidade de Estrasburgo desenvolveu com Abraham Moles um trabalho de investigação no âmbito da arte gerada por computador. Ex-professor coordenador na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (Instituto Politécnico do Porto) e ex-professor convidado na UFP, integra como investigador os seguintes Centros: Centro de Comunicação e Linguagens (CECL) da Universidade Nova de Lisboa; Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência (CTEC) e Centro de Texto Informático e Ciberliteratura (CETIC) na UFP; Núcleo de Pesquisas em Hipermídia (NUPH) na PUC-São Paulo (Brasil); Centre de Recherches sur les Textes Électroniques Littéraires (CERTEL), na Universidade de Artois (França). Obras principais – Ensaios: «Teoria do Teatro Moderno» (Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Escritores – 1ª ed. 1982); «Aspectos da Renovação Dramatúrgica na Trilogia do Teatro-no-Teatro de Pirandello» (1993); «Metamorfoses do Real: arte, imaginário e conhecimento estético» (1995); «A Ciberliteratura: criação literária e computador» (1996); «Arte, Comunicação & Semiótica» (2002); «Teoria do Teatro Moderno: a hora zero» (2ª edição, 2003); «Ciberliteratura, Inteligência Artificial e Teoria Quântica» (ebook, 2012). Teatro: «Eróstrato» (rito teatral – 1984); «Anticleia ou os Chapéus-de-Chuva do Sonho» (peça falada – 1992); «PortoMetropolitanoLento» (1993); «PortoImaginárioLento» (2001); «Alletsator-XPTO.Kosmos2001» (ópera electrónica – 2001); «Sacrilégio Teatral» (2ª ed. de Eróstato – 2004); «Há Alguém Aí?» (2ª ed. de Anticleia – 2004). Ficção: «O Guardador de Retretes» (logoficção – 1976, 1978, 1986, 2007);  «Prefácio para uma Personagem Só» (quase novela – 1993);  «Histórias da Menina Minhó-Minhó» (para crianças – 1988, 2009). Ciberliteratura: «A Literatura Cibernética 1: autopoemas gerados por computador» (1977); «A Literatura Cibernética 2: um sintetizador de narrativas» (1980); «Máquinas Pensantes: aforismos gerados por computador» (1986); «Teoria do Homem Sentado» (livro electrónico) (1996); «O Motor Textual» (livro electrónico infinito) (2001). Ufologia: «Na Órbita da Questão Extraterrestre: fábulas ufológicas e outros ensaios» – (ebook, 1ª ed. 2014; 2ª ed. 2016); «Em nome do Cosmos 1 (crónica de um contacto alienígena)» – Sob o signo de Adeni Saba (2016); «Em nome do Cosmos 2 (crónica de um contacto extraterrestre)» – Sob o signo de Tshuntsha Ptshba (2016); «Em nome do Cosmos 3 (crónica de um contacto extraterrestre)» – Miragem: estrela Antares (2017). pedrobarbosa.net


Parte #03 | 20H00 | CASA DAS CALDEIRAS-BAR

[NEUROLOGICAL, NEURAL AND NEUROTIC DINNER] /JANTAR PERFORMATIVO M/16

ACONTECENDOS” ARTÍSTICOS DE :

ANDRÉ ROSA

TELMA JOÃO SANTOS

ISABEL MARIA DOS

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apoios

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